O Exótico Hotel Marigold

setembro 14, 2013

marigold

Evelyn (Judi Dench) ao final de uma viagem a India, escreve em seu diário. Livro: Deborah Moogach    Roteiro: Ol Parker

Evelyn – O único fracasso verdadeiro é o fracasso da tentativa. Medimos nosso sucesso conforme lidamos com as decepções, como sempre deve ser. Viemos aqui e tentamos. Todo nós, de diferentes modos. Somos culpados por achar que somos velhos demais para mudar? Por termos medo de decepções ao recomeçar? Nos levantamos de manhã e fazemos o melhor que podemos. Nada mais importa.

O Espião que Sabia Demais

janeiro 22, 2013

espiao

Control (John Hurt), chefe de um departamento do serviço secreto britânico, dá um conselho ao seu agente Jim Prideaux (Mark Strong). Livro: John Le Carré.  Roteiro: Bridget O’Connor e Peter Straughan.

Control – Não confie em ninguém, Jim. Especialmente nos mais convencionais.

A Invenção de Hugo Cabret

outubro 2, 2012

Hugo Cabret (Asa Butterfield) conversa com Isabelle (Chloë Grace Moretz) sobre o dono da livraria Monsieur Labisse (Chirstopher Lee) e sobre ter um propósito na vida.    Livro: Brian Selznick    Roteiro: John Logan.

Hugo – Monsieur Labisse me deu um livro.

Isabelle – Está sempre fazendo isso “mandar os livros a um bom lar.” É assim que ele fala.

Hugo – Ele tem um propósito.

Isabelle – O que você quer dizer?

Hugo – Tudo tem um propósito. Até as máquinas. Os relógios dizem as horas. Os trens levam a lugares. Eles fazem o que eles estão destinados a fazer.  Como o Monsieur Labisse. Por isso máquinas quebradas me deixam tristes. Elas não podem fazer o que estão destinadas a fazer. Talvez seja assim com as pessoas. Perder o nosso propósito é como estar quebrado.

Dama de Ferro

maio 15, 2012

Margaret Thatcher (Meryl Streep) vai ao médico fazer uma consulta e fala com ele sobre a importância dos pensamentos.  Roteiro: Abi Morgan

Margaret – Sabe, um dos maiores problemas da nossa geração é sermos governados por quem liga mais para sentimentos do que para pensamentos e idéias. Pensamentos e idéias me interessam.  Pergunte o que eu estou pensando.
Doutor – No que está pensando, Margaret?
Margaret – Cuidado com seus pensamentos, podem se tornar palavras. Cuidado com suas palavras, podem se tornar ações.  Cuidado com suas ações, podem se tornar hábitos.  Cuidado com seus hábitos, podem se tornar seu caráter.  E cuidado com seu caráter, ele pode se tornar seu destino. Nós nos tornamos o que pensamos.

Uma Mente Brilhante

maio 8, 2012

Sol (Adam Goldberg) pergunta como Alicia (Jennifer Connelly) está se sentindo, pois seu marido John Nash (Russel Crowe) está extremamente doente, diagnosticado como esquizofrênico. Sua resposta é uma linda declaração de amor.  Livro: Sylvia Nasar   Roteiro: Akiva Goldsman.

Sol – Como você está?
Alicia – Frequentemente  o que eu sinto é obrigação. Ou culpa de desejar ir embora. Raiva contra John, contra Deus. Mas, depois eu olho para ele e me forço a ver o homem com quem casei. E ele se transforma nesse homem. Se transforma em alguém que eu amo.  E eu me transformo em alguém que o ama. Não é assim o tempo todo, mas é o bastante.

Cisne Negro

maio 3, 2012

Nina Sayers (Natalie Portman) vai até a sala do diretor do espetáculo Thomas Leroy (Vicent Cassel) para pedir o papel principal da peça na qual interpretará o cisne branco e o cisne negro.   Roteiro: Andrés Heinz, Mark Heyman e John J. McLaughli.

Thomas – A verdade é que quando olho pra você só vejo o cisne branco. Sim, você é linda, imponente, frágil. Perfeita para o papel. Mas o Cisne Negro? É muito difícil dançar os dois.
Nina – Eu posso dançar o cisne negro também.
Thomas – Sério? Há quatro anos, toda vez que dança eu a vejo obcecada em fazer movimentos perfeitos mas nunca a vejo se deixar levar. Nunca. Tanta disciplina para quê?
Nina – Só quero ser perfeita
Thomas – O que?
Nina – Quero ser perfeita.
Thomas – A perfeição não está só no controle. Também está em se deixar levar. Surpreender a si mesma e depois a plateia. Transcendência. E poucos têm isso dentro de si.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

março 28, 2012

Amélie Poulain (Andrey Tautou) conversa com o pintor Serge Merlin (Raymond Dufayel) sobre uma personagem do quadro  O Almoço dos Barqueiros de Renoir.  Roteiro: Guillaume Laurant e Jean-Pierre Jeunet.

Amélie – Sabe a garota do copo de água?
Pintor – Sei.
Amélie – Se ela parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
Pintor – Em alguém do quadro?
Amélie – Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.
Pintor – Em outros termos, ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
Amélie – Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
Pintor – E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?

A Origem

novembro 10, 2011

Cobb (Leonardo DiCaprio) fala com seu potencial cliente sobre o que é uma ideia.  Roteiro: Chistopher Nolan

Cobb – Qual é o parasita mais resistente?  Uma bactéria? Um vírus? Um verme intestinal? Uma ideia. Resistente. Altamente contagiosa. Uma vez que uma ideia toma conta do cérebro é quase impossível erradicá-la. Uma ideia totalmente formada, totalmente compreendida, permanece. Em algum lugar.

Harry e Sally – Feitos Um Para o Outro

outubro 2, 2011

Sally (Meg Ryan) conversa com Harry (Billy Crystal) sobre o seu ex-namorado Joe.  Roteiro: Nora Ephron

Sally – Quando Joe e eu começamos a namorar, queríamos a mesma coisa. Queríamos morar juntos, mas não queríamos nos casar porque sempre que alguém que conheciamos se casava, o relacionamento ficava ruim. Praticamente não faziam mais sexo.  É verdade. É um dos segredos que ninguém nunca conta. Eu sentava com minhas amigas que têm filhos. Na verdade, uma amiga que tem filhos, Alice. E ela reclamava que ela e Gary nunca mais transaram. Ela nem sequer reclamava. Só fazia a constatação. Ficavam acordados de noite, estavam exaustos o tempo todo, as crianças simplesmente acabaram com o apetite sexual que eles tinham. Joe e eu costumávamos conversar sobre isso, e falávamos que tínhamos sorte por ter esse relacionamento maravilhoso. Podíamos transar no chão da cozinha sem que nenhuma criança aparecesse. Podíamos ir para Roma de uma hora hora para outra. E um dia eu estava cuidando da filhinha de Alice porque tinha prometido levá-la ao circo. Estávamos no taxi brincando de “Estou vendo”. “Estou vendo uma caixa de correio. Estou vendo um poste.” E ela olhou para fora e viu esse homem e essa mulher com duas crianças pequenas e o homem levava uma das crianças nos ombros. E ela disse: “Estou vendo uma família”. E eu comecei a chorar. Simplesmente comecei a chorar. Fui para casa e disse: “É o seguinte, Joe, a gente nunca viaja para Roma de uma hora para outra.”
Harry – E o chão da cozinha?
Sally – Nem uma vez. É aquele piso de cerâmica mexicana, muito duro e frio.

Participação Especial – Mississipi em Chamas

setembro 16, 2011

Dica de LILIAN BERALDO

Um grupo de policiais que investiga um crime cometido por integrantes do grupo Ku Klux Kan acaba de encontrar, no porão de uma casa, um homem que se suicidou. O agente Bird (Kevin Dunn) questiona o agente Alan Ward (Willem Dafoe) sobre motivo do suicídio.  Roteiro: Chris Gerolmo.

Bird – Por que ele fez isso? Ele nem estava envolvido. Nem pertencia ao Ku Klux Kan.

Alan Ward – Ele era culpado. Qualquer um que permite que essas coisas aconteçam e finge que não vê, é culpado. Ele era culpado, sim.  Tão culpado quanto os fanáticos que puxaram o gatilho. Talvez todos nós sejamos.

Participação Especial – O Caçador de Pipas

agosto 31, 2011

Dica de SERGIO SAAD

Baba (Homanyoun Ershadi) está falando com seu amigo Rahim (Shaun Toub)  de como não gosta do jeito do seu filho Amir (Khalid Abdalla). Rahin então o responde com uma bela explicação.  Livro: Khaled Hosseini   Roteiro: David Benioff.

Rahim – Meu amigo, crianças não são livros para colorir. Não dá para preenchê-las com suas cores favoritas.  Ele não é como você. Ele nunca será como você.  Mas espere. Ele será um bom homem.

O Guia do Mochileiro das Galáxias

agosto 15, 2011

Voltei.  Agora as postagens retornam a sua frequência semanal.

Trillian (Zooey Deschanel), Ford (Mos Def) e  Zaphod (Sam Rockwell) descobrem uma arma chamada Arma do Ponto de Vista. Uma voz em off que representa O Livro, que tudo sabe, explica como ela funciona.  Livro: Douglas Adams   Roteiro: Douglas Adams e Karey Kirkpatrick.

O Livro – A Arma do Ponto de Vista faz precisamente o que o seu nome diz. Ou seja, se você apontá-la para alguém e puxar o gatilho, a pessoa instantaneamente verá as coisas pelo seu ponto de vista.  Ela foi desenvolvida pelo Pensador Profundo a pedido de um grupo de donas de casa raivosas que, depois de muito brigar com os  seus maridos, se encheram de sempre terminar as brigas com a frase “Você simplesmente não entende, não é?”.

Encontros e Descencontros

junho 9, 2011

Estas semanas o Picadinho de Roteiro anda desatualizado. Isto porque semana passada aconteceu o melhor momento da minha vida: meu filho nasceu. Então as coisas ficaram bem corridas. Mas em homenagem a ele vou republicar este post de Encontros e Desencontros. Já gostava do diálogo antes, agora então …

encontros extra

Bob (Bill Murray) fala sobre filhos com Charlote (Scarlett Johansson).   Roteiro: Sofia Coppola

Bob – Tudo fica bem mais complicado quando você tem filhos.
Charlote –  É. Isso assusta.
Bob – O dia mais apavorante da sua vida é quando nasce o primeiro.
Charlote – Ninguém te fala isso.
Bob – A sua vida, como você conhecia, some. Nunca mais volta. Só que eles aprendem a andar e a falar e você quer estar junto deles. E eles acabam se tornando as pessoas mais encantadoras que você conhecerá em sua vida.

Paris, Texas

maio 22, 2011

Jane (Nastassja Kinski) e Travis (Harry Dean Stanton) eram casados mas depois de uma briga terrível se separaram e ficaram sem se ver por mais de quatro anos. Esse diálogo acontece quando eles se reencontram e Jane fala como se sentiu.  Roteiro: Sam Shepard.

Jane – Eu costumava conversar a sós com você depois que você partiu. Eu costumava falar com você o tempo todo, mesmo estando sozinha. Conversei com você por meses a fio. Agora não sei o que dizer. Era mais fácil quando eu apenas o imaginava. Eu até imaginava que você me respondia. Tínhamos longas conversas. Só nós dois.  Era como se você realmente estivesse comigo. Eu o via, sentia seu cheiro. Eu podia ouvir sua voz. Às vezes sua voz me acordava. Acordava-me no meio da noite, como se você estivesse no quarto comigo. Depois, isso foi lentamente acabando. Já não podia mais imaginar você. Tentei falar em voz alta com você como sempre fazia, mas não havia nada lá. Já não podia mais ouvi-lo. Então eu apenas desisti. Tudo acabou. Você simplesmente desapareceu.

Asas do Desejo

maio 6, 2011

O anjo Damiel (Bruno Ganz)  fala como está cansado de sua condição de ser apenas um espírito e não poder vivenciar as coisas que vê. Roteiro: Wim Wenders, Peter Handke e Richard Reitinger.

Damiel – É ótimo ser espírito e testemunhar por toda a eternidade apenas o lado espiritual das pessoas. Mas, às vezes, me canso dessa existência espiritual. Em vez de pairar para sempre, eu queria sentir um certo peso que ponha fim a falta de limite e me prenda ao chão. Eu gostaria de poder dizer “agora” a cada passo, a cada rajada de vento.  “Agora” e “agora” e não mais “para sempre” e “eternamente”. Sentar-me numa mesa de jogos sem dinheiro, ser cumprimentado. Toda vez que participamos foi apenas fingimento. Lutamos com alguém e fingimos deslocar o quadril. Fingimos pegar um peixe. Fingimos sentar nas mesas, beber e comer. Fingimos ter cordeiros assados e vinhos servidos nas tendas do deserto. Não, não preciso ter um filho ou plantar uma árvore, mas seria bom voltar para casa após um longo dia e dar comida ao gato, como Philip Marlowe. Ter febre, dedos pretos por causa do jornal. Não vibrar apenas pelo espírito, mas por uma boa refeição, pelos contornos de uma nuca, de uma orelha. Mentir…descaradamente. Sentir os ossos se movendo enquanto caminha. Supor em vez de saber sempre. Poder dizer “ah”, “oh”, “ei”, em vez de “sim”e “amém”.